"Dia desses houve uma reunião pequena na casa de um dos meus tios para celebrar mais um aniversário de um primo. Eram 11 anos de idade. A família toda - da parte da minha mãe - se reuniu. Mais alguns amigos do molequinho, os tios e avós do lado materno dele - já que somos ligados pois seu pai é um dos irmãos da minha mãe (embolou isso pra explicar,rsr). Enfim, uma mistura de gente. Primos também estavam lá com seus filhos, renovando a nova geração familiar. Regado a muito docinho e bolo de chocolate pra completar a farra.
Esses momentos assim me fazem lembrar da minha infância. Como era bom ser gurizinho, não ter muito com o que se preocupar. Querendo que o tempo passasse logo pra ser "grande". Como eu era bobo. Mal sabia que aquela era uma das minhas melhores fazes de vida, da qual a única certeza que tinha era a de que ela não voltaria mais. Dos aniversários alegres, das brincadeiras e travessuras de menino. De comer kinder-ovo, sentir cheiro de bolo de fubá da mamãe, comer coxinha e tomar caldo-de-cana na saída da escola. Dos amigos de lá também... que saudade!
À essa festa eu só pude aparecer mesmo lá pela metade - trabalhei no dia - pra dar um abraço no primo, ele merecia isso. Sabe, minha família é bem diversificada. Tem desde a tia que parece mais a antiga vovó até aquela que parece mais sua prima do que tia de tão animada. Os primos e primas também são pra todo gosto. Tem o estilo pegador - até o ponto f... o ponto filho da vez, esse já tem 2 crianças - esposa- e ainda tem tempo pra desejar pular a cerca - universitário porra loca, a delicada e mãe jovem dedicada, o casado doidão e por aí vai.
Nós temos problemas - como toda boa família - que pareciam insuperáveis, passamos por bons momentos juntos e ruins também. Sofremos com perdas de pessoas queridas, com doenças delicadas, dificuldades mais de mil. Mas nada melhor do que o tempo pra apagar chamas de ódio e rancor que venham a existir.
Olhando todo mundo junto - mesmo que ainda distantes no local - percebi como essa estrutura magnifica se reinventa a cada novo dia mas consegue preservar sua essência. Como várias vezes ouvi pessoas dizerem que o maior bem que têm eram seus familiares e nunca entendia o motivo. Sempre me achava meios seco pra essas coisas, sabe. Meio sem graça no meio deles, como se todos fossem mais interessantes do que eu. Mas com o tempo pude entender uma parte do significado dessa palavra.
Sei que não conseguiria explicá-la de maneira plausível, clara o suficiente. Mas o que me conforta é que tem coisas que não são para serem entendidas ou explicadas mas sim sentidas. Como a brisa do mar, que instintivamente você sabe que existe mas não sabe descrever como ela é, que forma tem, de onde surgiu e o motivo pelo qual ela provoca arrepios sobre a pele. Só acrescento ainda que desfrutar de momentos em família podem se tornar momentos inesquecíveis e que definitivamente farão parte da nossa história. E isso ninguém pode mudar."
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