Atrasado para o trabalho, procurei hoje um par de tênis no meu armário. Acabei encontrando o outro minutos depois - mesmo assim só apelando pra São Longuinho pra resolver. Acordo sempre muito cedo para ir ao trabalho. Costumo dizer que pulo antes que as baratas despertem ou as galos sonhem em cantar mais tarde. Sentei-me na borda da cama e mesmo atrasado me peguei observando meu pé esquerdo. Gente, o tempo passou e em meio a rotina não percebemos muito essas paradas. Parece que foi ontem que minha "querida velha" - minha mãe, chamo-a carinhosamente desse jeito volta e meia - me chamava pelo nome completo para que eu calçasse o tênis para ir ao colégio. E eu correndo de uma lado para o outro - com as perninhas tortas que possuía e atualmente não mais - fugindo e dando aquelas gargalhadas gostosas e sinceras que só criança sabe dar. E finalizando nos braços da "minha velha", recheado de beijos e carinhos. É, posso dizer que tive infância.
Em contra partida hoje o pesinho torto deu lugar a um pesão número 42. Meu rosto se tornara mais bruto, tomando o formato masculino mesmo. Meus olhos continuam expressivos com sempre, mas agora mais abertos para o mundo e levemente desconfiado de tudo. Meus cabelos cacheados deram lugar a alguma coisa quase parecida com um bicho louco - brincadeira!!. Só ficaram rebeldes assim como o dono.
Sempre soube que era decidido mesmo quando batia a dúvida em qual biscoito recheado comprar. Corajoso mesmo passando longe de um filme de terror, dando a desculpa do: "vou ao banheiro e não volto!" Engraçado vai. Mesmo naqueles momentos em que ninguém ri da sua piada a não ser você mesmo. Pelo menos alguém riu, né?
Enfim, mesmo um homem já, sempre terá um eterno garoto aqui dentro. Talvez essa seja uma das minhas essências de vida. Uma das coisas que me fazem lutar por mim, me faz ter vontade de falar quando não se deve, ser responsável desde sempre. Sou feliz mesmo assim.
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